sexta-feira, 22 de março de 2013

Frankenweenie: uma história de superação ou de escapismo?

Primeiramente eu gostaria de explicar a minha ausência nesse blog ( não que alguém a tenha percebido). Eu tenho andado um pouco sem inspiração para escrever nesses últimos meses. Parte desse desânimo deve ser por causa do meu  cansaço, já que escrevi a minha TCC, terminei algumas matérias da faculdade, li uns 5 livros, tudo isso só nesse ano. Enfim, não anda fácil pra ninguém, e eu não sou exceção. Contudo, eu assisti um filme hoje a tarde que me "perturbou" um pouco e por isso voltei ao blog para expor os meus sentimentos em relação ao desenho.. 
Alguém aqui já assistiu o novo filme do Tim Burton chamado Frankenweenie? Então, para quem ainda não chegou a assistir o filme, a história é a seguinte: um menino chamado Victor perde o seu cãozinho. Não aceitando a morte do seu bichinho de estimação, Victor decidi reviver Sparky, inspirando-se nas aulas de ciências . Ao saber que Sparky voltou a vida, um dos colegas de Victor espalha que o garoto conseguiu ressuscitar o seu animalzinho e o fato desperta inveja nos outros colegas de sala, já que todos estavam competindo pelo melhor projeto na feira de ciências. Motivados pela inveja, os colegas de sala de Victor descobrem como trazer os mortos a vida e começam a ressuscitar seus animais de estimação para poderem competir na feira de ciência em pé de igualdade. A história acaba com os animais mortos sendo mortos de novo, já que ao voltarem para esse plano, os animais se tornaram malvados, e com Sparky  doando a própria "vida" para salvar a vida do seu dono, Victor.  No final do filme Sparky morre, mas é trazido de volta ao mundo dos vivos e o filme acaba assim. 
Agora vamos aos fatos que me deixaram meio pensativo após ver esse desenho.A maioria das pessoas já presenciaram a morte de alguém querido. Um amigo, um parente, um animalzinho, o que seja. Será que não seria mais saudável fazer uma história na qual o personagem principal aceitasse a perca do seu cachorrinho ao invés de ficar tentando revive-lo várias vezes? Podem me chamar de radical, ou de querer ver coisas onde não tem, só que não seria melhor mostrar a morte como algo que não há como ser vencida e que o que temos que fazer é entender o que aconteceu, aceitar o ocorrido e seguir em frente? 
Bruno Bettleheim escreveu um ótimo livro chamado A psicanálise dos contos de fadas em que ele dá uma interpretação para alguns contos de fadas famosos e disserta sobre a importância das histórias infantis para que a criança possa se tornar um adulto saudável. Se me lembro bem, porque faz 4 anos que eu li esse livro pela última vez, ele também fala sobre o processo de identificação que a criança faz com os personagens das historinhas infantis com as quais ela tem contato. Através dessas histórias as crianças se identificam com os vilões, como os mocinhos, aprendem o que é ser malvado e o que é ser bom, aprendem os "gender roles" (papeis de gênero) da sociedade na qual estão inseridas, e etc. Depois de ver esse filme, fiquei pensando se esse processo não ocorre também com desenhos animados. Será que Frankenweenie não está apresentando uma visão muito alegre sobre a morte e deixando de lado o aspecto inevitável e irremediável da morte somente para que as crianças tenham um final feliz? Não seria um final feliz o entendimento de Victor de que Sparky morreu e que ele deve seguir em frente sempre guardando no coração o amigo perdido?
De fato, eu não sei responder as perguntas que eu levantei aqui, mas achei que seria interessante  dividi-las com alguns amigos e de registrar nesse blog um questionamento que eu considero válido. Espero continuar com meus posts, alguns em português e outros em inglês. So stay tuned for more! 

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